
Dentro da sala em que me encontrava, podia-se ver muitas pessoas, a maioria sentada e poucos em pé. Em geral, menores de idade, bem jovens, vestidos com calça azul, camiseta branca, calçados diversos... copiavam a matéria posta lousa. Professores variados revezavam sua presença na sala, cada um com sua personalidade especial a qual agradava muito alguns alunos enquanto que outros não, embora todos fossem amigos.
Ao fundo da sala armários de metal, alguns com portas rosadas, outros com adesivos, além de outros com “pichações”. Com certeza não estavam vazios e pertenciam aos alunos que compunham a sala, quase todas as portas com cadeados. Qualquer um que entrasse na sala, só podia ver os armários, mas este ocultava “pichações” na parede – uma parede da fama do Integral, nomes, assinaturas, desenhos, etc.
Além daquele cheiro de bolor conseguia perceber o cheiro das árvores que era úmido em contraste com o áspero e árido odor da areia sob as folhas verdes, onde os troncos se fincavam. Essa área era circundada por grades azuis, com um único acesso: um portal que corria por sobre polias que imitavam rodas deslizantes.
Ao redor dessas áreas citadas haviam tantas outras coisas, interessantes ou não. Mas o que mais me traz saudades é sala, onde tantas coisas aconteceram, três anos! Muitos amigos! Muita diversão! Momentos decisivos de muitas vidas... Minhas palavras não suficientes para expressar minha plena nostalgia...
Sabe! Não tenho boa memória! A maior parte das situações em minha mente vão se perdendo e desbotando por causa do tempo, e assim me entristeço. Eu me arrependo por não ter feito um diário durante o ensino médio inteiro ao invés daquelas poesias sem sentido. Ainda bem que algo que não me esqueço é das sensações e dos sentimentos. Lembro-me de cada abraço, cada beijo, cada pancada, cada risada, cada tombo, boladas, tudo, tudo. Para eu me lembrar basta fechar os olhos e deixar a luz desse tempo voltar.
Além desses tipos de lembrança há: fotos, vídeos, cartas, testemunhos, amizades, conversas e tudo mais que faço com o pessoal que pertenceu ao Integral... Lágrimas de alegria são boas e sempre devem vir, como agora enquanto escrevo...
Vejo-me agora em meio a areia em que não tive a oportunidade de fazer um piquenique com meus queridos amigos, olho para o belo sol, que bate em minha face, e me cega, tudo gira devagar e perco todos meus sentidos... Pura suavidade!